Em Constelação Familiar, uma
das leis que trabalhamos, é a lei do desequilíbrio de troca.
É a relação entre o dar e
receber, o fazer algo para alguém (em vários sentidos), e o receber algo do
outro. É a troca que acontece nos relacionamentos, seja ela qual for; entre um
casal, amigos, membros de uma família, trabalho e até mesmo em nossa relação
com a comunidade.
Nos sentimos credores quando
damos e devedores quando recebemos. Quando recebemos algo de alguém, nos
sentimos em débito, e esse débito só é quitado quando fazemos algo em troca, ou
seja, quando conseguimos devolver na mesma proporção ou até mais, o que o outro
nos deu.
Isso vale em todas as
relações, só existindo duas exceções: a dos pais em relação aos filhos e a dos professores
em relação aos alunos. Os filhos nunca conseguirão devolver a vida que os pais
lhes deram e nem os alunos poderão estar em igualdade com o que os professores
lhes ensinaram.
Quando recebemos algo, nosso
sentimento é o de estarmos em débito e também há um sentimento de culpa como
decorrência. Desse sentimento pode advir determinados modos de agir, que são:
a- Recusa ou Abstinência:
para que não tenhamos que nos sentir em débito, recusamos receber, assim
ficamos livres da obrigação de ter que retribuir. A troca cessa. Essa recusa em
aceitar algo que a vida oferece, desenvolve-se primeiro no relacionamento com
um dos pais ou ambos. Algumas pessoas justificam-se queixando-se de que o que
receberam não foi o bastante, e assim sempre acham que os pais, os outros, a
vida, lhes deve. O sentimento é o de vazio, de sentirem-se incompletos.
b- Prestimosidade: quando
damos sempre mais do que recebemos, ou damos sem esperar receber. Assim sempre
temos a sensação de estar em crédito e com isso, vem junto a ilusão de nos
sentirmos superiores. Assim a relação não é mais de igualdade e fica para o
outro que não consegue retribuir, o desejo de se afastar, porque lhes tiramos a
possibilidade de poder retribuir. Quantas vezes nesse sentido, vemos o outro a
quem tudo foi dado, retribuir com raiva ou distanciamento.
Mas há uma terceira
possibilidade, que é a do dar e receber em larga escala. Onde numa relação,
qualquer que seja (tirando aquelas duas exceções), dou mas também recebo e ao
receber me sinto na obrigação de dar e assim por diante. Esse sentimento de
troca traz junto um sentimento de abundância e felicidade e assim nos sentimos
plenos.
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